Por norma, não costumo comer pastilha elástica. Mas quando viajo, principalmente no avião, por questões de pressão, ajuda mastigar uma pastilha elástica na descolagem e, principalmente, na descida para a aterragem.
Em 2013, partimos para a nossa viagem de volta ao mundo, e o primeiro destino foi Singapura. Não tinha levado pastilha elástica e tencionava comprar em Singapura. É algo que é fácil encontrar em qualquer loja, pelo que nem me preocupei em perguntar. Espreitei, não encontrei, deixei estar. Havia de comprar noutra loja. Não era assim tão importante. Mas na terceira loja em que entro e não encontro pastilhas, nos típicos spots onde é esperado encontrá-las, começo a estranhar. Até que, numa das lojas, perguntei se tinham pastilhas elásticas. A empregada, com ar surpreendido, disse-me que não era permitido vender pastilhas em Singapura. Ela com ar de "então não sabe?" e eu com ar "mas que raio?!". Não perguntei o motivo, mas fui pesquisar. Efetivamente, a venda de pastilhas elásticas foi proibida em 1992, mas há muito que era um problema, pelos custos com os serviços de limpeza das vias públicas, devido ao facto das pessoas atirarem as pastilhas para o chão. Pois é verdade, em Singapura é expressamente proibida a venda de pastilhas elásticas e a multa por cuspir pastilha para o chão ultrapassa os 600€ (e pelo que vi, devem mesmo controlar e multar). Mas podemos consumir, só não podemos comprar, vender e muito menos, atirar para o chão. Esta preocupação com a limpeza e o meio ambiente não se reduz à pastilha elástica. Por exemplo, também não é permitido comer nos transportes públicos. Mas essa regra encontra-se afixada. Já a das pastilhas elásticas e respetiva multa não. Valeu-me o Dr. Google. Lição: na fase da preparação da viagem, devemos pesquisar melhor sobre os costumes locais, pois a multa pode ser bem dispendiosa por um leve desconhecimento de uma prática que, para nós, é tão natural...comprar pastilhas elásticas, não cuspi-las para o chão. Não connosco, mas há muito boa gente que ainda o faz, infelizmente.
Esta lei é considerada absurda por muitos. Pois a mim não me choca. Algo que não é biodegradável, existem ao milhões no chão pela falta de civismos das pessoas, para já não falar de quando se cola à sola do nosso sapato. Pelo que vi no país, imagino o que não devem ter feito antes, mal sucedido, para ter que acabar por ser proibida a venda. Talvez em Portugal teríamos que fazer o mesmo...
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